A glamourização da prostituição: o caso do discurso que não representa a vida

07 dezembro, 2014

Acho incrível como o discurso “politicamente correto” hoje em dia visa a fazer do mundo uma grande esfera cor de rosa e com bolinhas brancas.

Posso concordar que toda e qualquer pessoa, independente da função que exerça na sociedade, mereça respeito e que deva ser tratada com dignidade. Posso compreender que as prostitutas necessitem de uma lei para resguardar seus direitos. O que não posso aceitar é a glamourizarão que algumas pessoas fazem a respeito dessa “profissão”. 

O deputado Jean Wyllys sempre com um belo discurso “politicamente correto” afirma que uma prostituta pode sentir orgulho ou mesmo ser feliz com tal profissão. Eu como mulher de bem, sinceramente não compro esse discurso. Quer dizer que vender seu corpo, algo tão precioso, é motivo de orgulho e felicidade?

Acredito que muitas mulheres que se prostituem podem ter orgulho de ser excelentes mães, de viver independentemente, de terem dons especiais, e de muitas outras coisas, mas não acredito que cheguem em casa todos os dias e digam “como tenho orgulho da minha profissão!”.



Creio, sim, que a maioria das mulheres que se prostituem o fazem por necessidade, por simplesmente não ver em sua frente outra opção (não vou entrar na questão de que sempre há outra opção). Então, como simplesmente glamourizar a prostituição e dizer: Queridas, continuem a ser prostitutas e tenham orgulho disso!

Não, não é esse discurso que temos que ter, porque a realidade por trás da prostituição é na maioria das vezes muito dolorosa, e nenhum direito que elas possam vir a ganhar através da lei vai apagar os anos de abusos sofridos. Precisamos de governantes que criem projetos para tirar milhares de mulheres prostitutas das ruas, das calçadas, das boates. É necessário mostrar um caminho diferente a essas mulheres, mostrar que a sociedade as apóia para que mudem de vida. 

Certamente, haveria ainda algumas mulheres que prefeririam continuar nesse caminho por seus motivos pessoais. Por outro lado, milhares de outras abandonariam a prostituição porque veriam um caminho mais digno. Portanto, senhor Jean Wyllys, eu, como mulher, não compro seu discurso de que prostituição é motivo de orgulho e felicidade, e isso não quer dizer que odeie essas mulheres ou que não queira conceder direitos a ela, mas sim que acredito que toda mulher deve ter direito a uma vida digna e não viver à margem da sociedade. 

Acredito que se o nosso país desse educação de qualidade e oportunidades reais de crescimento à maioria das nossas meninas não cogitaria ser prostituta. Além disso, esse discurso glamourizador da prostituição em nada ajuda para que ela seja vista como realmente é: uma degradação do corpo e da alma de qualquer pessoa. Por isso, desejo que a prostituição um dia seja exterminada nesse país, e que as mulheres possam exercer qualquer profissão que desejarem sem machucar seus corpos e almas.

Gabriella

 
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